sábado, 9 de outubro de 2010

A História Do Skate Punk





Nos anos 60 quando o skate era chamado de sidewalk surfing a dupla de músicos Jan&Dean compôs a primeira música que falava de skate, a qual se chamava: "Sidewalk Surfin'". A mesma dupla em 65 fez a música "The Fountain", trilha sonora do primeiro filme sobre skate que se tem notícia: Skatedater.
Nos anos 70 a popularidade do skate alcançou um nível elevado e muitos músicos simpatizavam ou até praticavam o esporte. Foi o caso de Craig Chaquico, skatista e guitarrista do Jefferson Airplane que ao lado de Black Sabbath e Blue öister Cult embalavam as skate sessions dos anos 70. Até quem não tinha nada a ver com o skate acabou seduzido. David Bowie e Pat Metheny nunca pisaram em cima de um skate mas usaram imagens de uma final de campeonato de freestyle de 78 para a confecção do vídeo da música "This Is Not America".
Em 1983 o gênero skate rock teve seu batismo oficial quando o fotógrafo da revista Thrasher, Morizen Foche (MoFo, vocalista do Drunk Injuns), organizou a primeira compilação da Thrasher Magazine.
A Thrasher, fundada em janeiro de 81, já tinha consolidado a imagem rebelde, contestadora e "skate and destroy". Lançando uma fita cassete por ano, a revista divulgava para seus leitores, as bandas que de uma forma ou de outra, tinham a ver com o skate.

parte 1 - inaugurando sessão - Agression.

No dia 03 de Agosto de cada ano é comemorado o DIA DO SKATE. A data é celebrada desde 1996, quando foi apresentado e aprovado um projeto de lei em S.P. (capital) pelo então vereador Turco Louco, hoje deputado estadual. Naquele ano houve uma sessão solene na Câmara de Vereadores de SP, onde alguns skatistas brasileiros com destaque internacional foram homenageados.
Desde então os skatistas brasileiros comemoram nesta data o DIA DO SKATE, não importando onde estejam morando ou onde tenham nascido.
Assim como o hardcore americano o skate se tornou popular no começo dos anos 80. Skatistas e punk rockers tinham o mesmo estilo de vida. O gênero musical SKATE ROCK começou a ficar mais forte quando skatistas formaram suas próprias bandas.
Uma dessas bandas se chamava AGRESSION. Formada em 83 na cidade de Oxnard, Ca. lançaram "DONT BE MISTAKEN", um disco clássico do gênero. Na capa do álbum a foto by Glen Friedman de um skatista em ação.

parte 2 - Free Beer

Pode-se dizer que a primeira banda de skate rock foi o FREE BEER. Banda formada em San Jose, Ca. em 1981. O skatista profissional Tommy Guerrero (bass) e seu irmão Tony (guitar) faziam um punk hardcore americano clássico na linha de sua banda antiga, o Revenge (de 79).
Apareceram no volume 2 da coletânea Skate Rock da Revista Thrasher. E em outra coletânea da Alternative Tentacles. Mas nunca tiveram lançado um disco só seu. A mesma Alternative Tentacles resolveu fazer justiça com as próprias mãos, compilou todo material gravado pelo FREE BEER e lançou no ano passado o álbum "The Only Beer That Matters".

parte 3 - Los Olvidados Banda de San Jose. Uma das fundadoras do gênero skate rock. Na ativa de 1980 até 1983. Influenciada por bandas da primeira onda do punk como N.Y.Dolls, Stooges, The Saints e Dead Boys, podem ser considerados o T.S.O.L. ou o Agent Orange do norte da California.
A banda teve o privilégio de ser a primeira faixa do primeiro volume das fitas cassete da Thrasher Magazine.
O guitarrista Mike Fox tocou no Dwarves da fase Epitaph Records. O baixista Ray Stevens também tocou no Faction, no Drunk Injuns, Odd Man Out e atualmente encabeça o Clay Wheels.
A Alternative Tentacles compilou todo material do Los "O" e lançou o álbum "Listen To This", o segundo da Skate Punk Series.

parte 4 - Drunk Injuns

Morizen Foche, também conhecido como MoFo era um dos editores da revista de skate Thrasher. MoFo tinha uma banda chamada Drunk Injuns e teve a brilhante idéia de compilar algumas bandas que tinham alguma relação com o mundo do skate.
Lançando uma fita cassete por ano, a Thrasher Magazine divulgava para seus leitores o Skate Rock. O batismo oficial do gênero se deu em 1983 com a coletânea de número um, com bandas como Los Olvidados, Faction, Big Boys e outras como a própria banda de MoFo, o Drunk Injuns. O Drunk Injuns se diferenciava das outras bandas por fazer um som mais lento, mais denso. ocavam com máscaras e foram o supra sumo do lado gótico do skate rock.Tente descolar o seu único álbum "From where the sun now stands I will fight no more, forever", lançado no ano passado pela Alternative Tentacles com gravações de 83/84.

parte 5 - J.F.A.

Don Redondo cresceu em Huntington Beach. Passava seus dias tocando guitarra e andando de skate. Quando se mudou para Phoenix no Texas resolveu formar uma banda. Assim nasceu o JFA (Jody Foster Army). Ser skatista era fator sinequanon para estar na banda, uma das pioneiras do skate rock. Foi a primeira a se auto proclamar skate punk. Don Redondo escreveu e fotografou para a Thrasher por 10 anos entre 84 e 94.
Ainda estão na ativa. Neste ano a Alternative Tentacles compilou os dois primeiros registros da banda, um EP de 81 e o clássico álbum de 1983 Valley Of The Yakes.
No encarte desta compilação intitulada WE KNOW YOU SUCK, figuras célebres do skate ou do rock como Duane Peters (USBOMS), Steve Caballero, Steve Alba, Jim Wurster (Superchunk) discorrem sobre a importância do JFA na cena.

parte 6 - Adolescents

Uma das bandas pioneiras do hardcore americano, o Adolescents também tinha e tem estreita relação com o skate. Atualmente o vocalista Tony, o baixista Steve Soto, a dupla de guitarrista e irmãos Frank e Rikk Agnew e ainda o baterista Derek O'Brien (ex- Social D. e D.I.) estão trabalhando em um novo álbum, o disco deve sair ainda neste ano de 2004. Os Adolescents ao lado de bandas como TSOL e Agent Orange representavam os surfistas e skatistas de Orange County. A banda já começou e acabou várias vezes. Numa dessas voltas em 1987, gravaram uma música chamada Skate Babylon no álbum Brats in Batallions.

parte 7 - S.N.F.U.

O S.N.F.U. apareceu em 1981 no Canadá. Os irmãos gêmeos Marc e Brent Belke viviam encontrando o futuro vocalista Mr. Chi Pig nas pistas de skate e nos shows do D.O.A. e do Sub Humans, assim, os 3 resolveram formar uma banda na qual uniriam a energia do skate com a agressividade do punk rock.
São considerados como um dos fundadores do skate punk. Apareceram nas compilações de volume 4 e 6 da revista Thrasher. E pelos leitores desta mesma publicação voltada ao skate, foram eleitos a quinta maior banda de skate rock de todos os tempos.
Em 1989 a Flipside Magazine os elegeu como o melhor show de rock daquele ano.

parte 8 - Suicidal Tendencies.

Jim Muir morava em Venice. Foi um Z-Boy. Um dos principais skatistas da década de 70. Proprietário da marca Dogtown.
Em 1983, o irmão mais novo de Jim Muir, Mike Muir lança o primeiro álbum de seu grupo Suicidal Tendencies. O vídeo da música "Institutionalized" mostrava pela primeira vez o skate na MTV.
Mas foi em 1987 no segundo álbum "JOIN THE ARMY" que o Suicidal falou sobre skate de uma forma mais radical. "POSSESSED TO SKATE" é um emblema do skate rock. O video da música também é clássico: um moleque aproveita que seus pais viajaram e convida todos os seus amigos (skatistas de renome manobram pelo vídeo) para uma session de skate na piscina da casa.


parte 9 - Skoundrelz

Tony Alva é considerado o inventor do skate vertical. Foi ele quem deu o primeiro frontside air. Considerado o mais radical membro da legendária equipe dos Z-Boys e originário de Venice, Tony fundou sua bem sucedida marca, Alva Skateboard Company.
Em 1983 Tony tirou a poeira de seu encostado contra baixo e recrutou Mike Ball (ex guitarrista da primeira formação do Suicidal Tendencies) para formar a sua própria banda SKOUNDRELZ.
Obscura e com apenas um EP gravado, a banda teve duas músicas presentes no primeiro volume das compilações da Thrasher Magazine.
Abriram show de bandas como The Cult, The Damned, Nina Hagen, G.B.H. e Lords Of New Church e acabaram em 1987.

parte 10 - Agent Orange

Mike Palm fundou o Agent Orange em 1979 quando música e skate eram seus hobbies. O Agent Orange nunca escreveu uma música ou estampou algo sobre o skate nos seus discos, mas sempre foi uma banda relacionada com o skate rock. Isso porque faziam o som que os skatistas e surfistas queriam ouvir na época. Inspirados nas guitarras surf music de Dick Dale e The Ventures lançaram "Living In Darkness" em 1981, um álbum clássico do punk-hardcore americano. Foi uma das primeiras bandas a ter um shape com sua logomarca pela Vision. E tiveram várias de suas músicas incluídas em inúmeros videos de skate e surf.

parte 11 - Eight Dayz

O alemão Claus Grabke começou a andar de skate em 1976. 11 vezes campeão alemão e 4 vezes campeão europeu Claus atingiu seu auge no final dos anos 80 quando era patrocinado pela marca Santa Cruz. Claus tinha um zine chamado DEATHZONE e fundou a extremamente bem sucedida Monster Skateboard Magazine que existe até hoje.
Vegetariano, bem comportado e estiloso, Claus Grabke está longe do circuito profissional, mas continua dando suas voltas de skate. Atualmente se dedica mais a música como vocalista e guitarrista do Alternative Allstars ou como vocalista do THUMB, um rap metal na linha da gravadora Victory, a qual lançou os 3 álbuns desta banda alemã nos Estados Unidos.
Mas foi com sua primeira e mais desconhecida banda chamada EIGHT DAYZ que Claus Grabke marcou seus pontos no skate rock. Ouça agora What's So Strange About Me, música presente no álbum "EV'RY DAY IS LIKE A NEW BEGINNING" (de 1989) e na trilha sonora daquele maravilhoso e marcante video da Santa Cruz chamado Wheels Of Fire.

parte 12 - Big Boys

O Big Boys foi formado em 1978 por 3 skatistas de Austin, Texas. Unindo elementos do punk, do funk e do pop criaram uma sonoridade única. Também foram uma banda chave para solidificar o skate rock como gênero e comunidade. Participaram dos volumes 1 e 2 das compilações da Thrasher. Ao lado dos DICKS foram o centro do punk texano e ciceronearam o hardcore americano por lá. Fizeram amizades e muitos fãs, mas acabaram em 85. O baixista Chris Gates tocou no Poison 13 e depois no Junkyard e no Skatenigs. O guitarrista Tim Kerr também tocou no Poison 13 e também faz parte do Monkeywrench. Tim Kerr esteve no Brasil em janeiro e produziu algumas músicas para um futuro álbum dos paulistanos do Thee Butchers Orchestra. O vocalista Randy Biscuit Turner se vestia de drag no palco e assumia sua homosexualidade sem problemas.
Diversão era palavra chave, mas eram muito punks justamente por não seguirem nenhuma regra. Tocavam punk rock, hardcore, funk e pop melódico. Muitas idéias que mais tarde seriam chamadas de revolucionárias quando copiadas por bandas mainstream (mais notavelmente pelo Red Hot Chili Peppers), surgiram antes e com mais qualidade com os Big Boys.

parte 13 - Spermbirds

O auge do skate rock ocorreu no meio da década de 80. Eram skatistas norte americanos que se divertiam fazendo punk rock ou eram músicos que tinham o skate como esporte favorito. O gênero timidamente se espalhou pelo mundo. A Alemanha na década de 80 era o país com maior tradição e representação no skate europeu. Muito disso se deve ao clássico campeonato mundial de skate da cidade de Munster que começou em 1981. A sólida cena do skate alemão também influenciou alguns punk rockers de lá.
Frank, Marcus e Beppo eram moleques de Kaiserslautern que tocavam numa banda chamada Walter Elf, e faziam um punk rock na linha das bandas inglesas do final dos anos 70. Um tempo depois eles conheceram Lee Hollis, um americano que estava de passagem pela Alemanha. Influenciados pelo hardcore americano resolveram formar uma banda que tocasse mais rápido e que tivesse letras em inglês. Então convidaram Lee para ser o vocalista e assim nasceu o Spermbirds.
O primeiro registro do Spermbirds foi em 86 com: "Don't forget the fun!", um ep split juntamente com o Walter Elf. A capa deste ep de 7 polegadas mostrava duas ilustrações: uma de um skatista em ação representava o Spermbirds e outra de um jogador do Kaiserslautern batendo bola fazia às vezes do Walter Elf.

parte 14 - Odd Numbers

O skate rock é um gênero musical tão abrangente que até bandas do estilo mod podem ser consideradas como tal. É o caso do Odd Numbers, trio da cidade de San Jose na California que mesmo fazendo um som bem anos 60 conquistou skatistas em todo mundo. Além da qualidade musical incontestável e letras urbanas, o Odd Numbers circula pelos mesmos caminhos das bandas de skate rock de San Jose. Já tiveram em sua formação um dos grandes nomes do skate rock: Ray Stevens que integra ou integrou bandas como The Faction, Los Olvidados, Odd Man Out e mais recentemente Clay Wheels que possui um split junto com o Odd Numbers.
A banda ficou conhecida por estar presente em alguns vídeos de skate como o "Reason for Living" da marca Santa Cruz.

parte 15 - True Sounds Of Liberty

Jack Grisham, Ron Emory, Todd Barnes e Mike Roche cresceram juntos em Huntington Beach e fundaram o TSOL em 1979. Com dois eps e dois álbuns maravilhosos levaram o skate rock a um estágio mais avançado, mais climático, com contornos góticos.
Em 1984 Jack e Todd deixam a banda. Emory e Mike continuaram. O baterista Mitch Dean e o vocalista Joe Wood (namorado da irmã do ex vocalista Jack) entram para a banda que começa a flertar com o rock n roll. Com esta formação lançam um álbum perfeito: "Change Today?". Nesta época o TSOL era uma das bandas mais ativas do punk americano. Mesmo assim o guitarrista Ron Emory não deixava de praticar seu esporte predileto, o skate. Emory se destacava nas piscinas e sempre aparecia nas páginas das revistas especializadas.
"Change Today?" foi lançado no Brasil e embalou muitas sessions da molecada que andava de skate no final dos anos 80. Um programa de tv que marcou esta época foi o Grito da Rua na tv cultura. O inesqueçivel tema de abertura do Grito da Rua era com TSOL e a música "Flowers by the Door".

Parte16 - especial Steve Caballero.

Inspirado por Stacy Peralta e Eddie Elguera, Steve Caballero teve seu primeiro contato com o skate em 1976, aos 11 anos. Famoso pelo seu pescoço torto (devido a uma escoliose), aos 16 anos já se destacava como o melhor skatista do norte da California. Venceu ou foi finalista da maioria dos campeonatos mundiais do início dos anos 80. Fez parte da lendária equipe Bones Brigade, é considerado o embaixador do skate e é um símbolo do esporte dentro e fora das pistas.
Caballero sempre fez as coisas parecerem mais fáceis. Se não estava treinando uma nova manobra, estava criando alguma ou fazendo a maior pontuação entre os amigos que jogavam fliperama.
Antes de conhecer o skate Caballero já gostava de música. Sendo o caçula de 3 irmãos e uma irmã, cresceu ouvindo Eagles e Beatles. Quando já era frequentador assíduo das skateparks da cidade de San Jose conheceu ACDC, Cheap Trick e as bandas que os skatistas ouviam no final dos anos 70.
Em 1982 comprou um contra baixo e aprendeu tocar ouvindo Black Flag, Circle Jerks, Adolescents e JFA. Talentoso e persistente, em 6 meses já tinha formado sua primeira banda chamada The Faction, já tinha gravado um Ep e fazia shows pelo norte californiano. Era o início do skate rock. O punk hardcore e o skate conviviam em perfeita simbiose. A história de Steve Caballero na música sintetiza a história do skate rock. Um skatista profissional que além de se divertir nas pistas também se divertia fazendo música.
Com o The Faction entre 82 e 85 (onde tocou baixo e depois guitarra) faziam o punk hardcore clássico da costa leste. Participaram das coletâneas da revista Thrasher e ajudaram a sedimentar o skate rock. Voltaram pouco tempo atrás e fazem shows esporádicos.
Entre 87 e 89 Caballero tocou guitarra no Odd Man Out juntamente com seu companheiro do The Faction Ray Stevens. Odd Man Out era skate rock com contornos góticos, cheio de pedais de guitarra e teclados, influenciado por bandas britâncias como The Cure, Joy Division, The Cult e Deep Purple. Assim como no The Faction ensaiavam no quarto de Steve Caballero. E na pista localizada no quintal da casa do guitarrista passeavam Rob Roskopp, Christian Hosoi, fotógrafos de revistas e garotas. Abriram para os Adolescents, Goo Goo Dolls, Boneshavers e Drunk Injuns. Participaram de coletâneas como o volume 8 da thrasher, vídeos de skate e com apenas um álbum, acabaram.
A banda mais desconhecida de Caballero foi o Shovelhead. Gravaram dois álbuns e fizeram poucos shows. Desta vez o skatista empunhava o contra baixo e a sonoridade era aquele trash metal hard rock muito popular na California do começo dos anos 90.
Em 1994 acabou o Shovelhead e Caballero formou o Soda. Um hardcore melódico com vocal feminino. Soda. durou apenas um ano, lançaram uma fita demo e um cd. Tocaram na Warped Tour e sempre abriam shows dos conterrâneos do No Use For a Name. O guitarrista solo Caballero deixou a banda porque a vocalista queria levar a banda a sério e Steve Caballero sempre encarou a música como diversão, apenas uma outra forma de expressar suas potencialidades criativas. Ele nunca tocou numa banda para ser rock star, Caballero queria se divertir. Por isso é uma das personagens principais do skate rock que sempre se caracterizou por skatistas que formavam uma banda para se divertir ou músicos que tinham o skate como hobby.
Caballero fez skate rock em todas as suas fases: hardcore, punk gótico, trash e pop punk.

parte 17 - Fu Manchu tocando DEVO.

No final dos anos 70 e começo dos 80 o skate se tornou popular em todo mundo e os skatistas desta época ouviam Ted Nugent, Black Sabbath, Jimi Hendrix, Blue Oyster Cult, ZZ Top, Buzzcocks, Devo entre outras. Todas estas bandas fazem parte da trilha sonora do documentário Dogtown and Z-Boys, o melhor registro cinematográfico daquela época de ouro.
Em 1981 o Devo teve a idéia de gravar o video clip da música "Freedom of Choice" no Marina Del Rey Skatepark, uma pista clássica que trazia bandas para se apresentar. Lá os Circle Jerks tocaram e lá foi tirada a foto da capa do álbum "Group Sex". Tony Hawk jura que aparece naquela capa.
No vídeo de "Freedom of Choice" aparece skatistas do quilate de Stacy Peralta, Eddie Elguera, Duane Peters, Steve Alba e outros. O Devo seguiu sua trajetória sempre sendo apreciados por skatistas de todas as gerações.
Até que em 1999 a banda californiana Fu Manchu regravou "Freedom of Choice" no álbum "King Of The Road". Fu Manchu representa o novo skate rock, que seria a fusão do stoner rock com o hard rock dos anos 70 tipo Black Sabbath. A sonoridade do Fu Manchu é dura, pesada e inspiradora e suas letras viajam pelo sul da California com cerveja na cabeça, skate no porta mala e prancha de surf em cima de carros barulhentos.
Os integrantes do Fu Manchu tem o skate como hobby e colocaram um modelo de rodas de skate no mercado; além disso colocaram na capa do álbum "The Action Is Go" uma foto clássica de Glen Friedman com Tony Alva executando um frontside air no Dogbowl. Também foram convidados para tocar no Sundance Festival quando Dogtown and Z-Boys foi premiado como o melhor documentário. Ainda retratando aquela época escreveram uma música chamada "Downtown in Dogtown" no último álbum. Mas o que você ouve agora é Fu Manchu tocando "Freedom of Choice" cover do Devo.

parte 18 - Duane Peters and the Hunns Duane Peters é um dos grandes nomes do skate mundial desde 75/76/77 e definiu um estilo no skate moderno: o skate punk, onde a agressividade e a postura rebelde vinham acompanhadas de muita técnica. Duane Peters recebeu o apelido de Master Of Disaster e desenvolveu manobras como o Indy Air, o Layback Roll Out e o Sweeper e também participou da gravação do clip "Freedom Of Choice" da banda DEVO.
A lenda diz (e nada foi devidamente comprovado) que em 1978 Duane acertou pela primeira vez um loop around completo, algo novamente feito apenas 20 anos depois.
Muitas tatuagens e poucos dentes na boca fazem parte do visual deste Evel Knievel do skate punk. Duane já contabilizou várias prisões por porte de drogas pesadas contabilizando um total de 7 anos encarceirado.
Desde 1994 é vocalista do U.S. Bombs. Depois da morte do guitarrista Chuck do U.S. Bombs que tinha AIDS, Duane Peters resolveu sair da vida desregrada que levava a mais de duas décadas.
No ano de 2000 juntamente com o guitarrista dos Grabbers formou outra banda, o The Hunns. "Long Legs" é o nome do novo disco dos Hunns que conta com nova integrante, nada mais do que a estonteante Corey Parks ex-baixista do Nashville Pussy e atual namorada do vocalista. O novo disco é excelente e conta com covers interessantes como "Tragedy" (do Wipers), "Did You No Wrong" (do Sex Pistols) e "Time Has Come Today".

parte 19 - Fun People

Na Argentina a cena skate rock começou no meio dos anos 80 em Mar del Plata com a banda 97A.
Em 1986 surgiu o Massacre Palestina, lendário grupo de Buenos Aires que começou a trazer skatistas para seus shows. Toda a atitude, flyers e arte do Massacre (nome abreviado que atualmente batiza a banda) era relacionada com o skate.
Nos anos 90 muitas bandas argentinas tinham skatistas na sua formação, entre elas se destacavam: Minoria Activa, 13 Al Diablo, Delmar, BOD e Anesthesia. Esta última trocou de nome para Fun People e até hoje é uma das mais competentes bandas da Argentina. Com muita personalidade, vários discos e turnês internacionais pela Europa, Estados Unidos, Japão e Mexico, o Fun People é muito popular em sua terra natal chegando a lotar ginásios mesmo fazendo um som nada comercial e muito eclético.

parte 20 - Grinders

O maior representante do tímido skate rock brasileiro foi o Grinders. Formado em 1984 em Santo André o grupo altamente influenciado pelo punk californiano foi rotulado como skate rock pois eram skatistas que faziam música punk.
Depois de participarem com duas faixas na coletânea "Ataque Sonoro", lançaram o Lp "skatepunkmusic" em 87: "Um grande clássico. Faixas instrumentais à lá Agent Orange como "Grinders" e "Homem Aranha" e hinos como "Skate Gralha" (que acabou sendo trilha de um dos primeiros vídeos de skate brasileiro, o do campeonato de Guaratinguetá de 88) marcaram época. A maioria das bandas se preocupava somente em tocar de forma rápida e agressiva, o Grinders comia pelas beiradas adicionando melodia e criatividade em suas composições. A simpatia dos skatistas, punks e surfistas os levou a participar de inúmeros campeonatos de skate, que na época, aconteciam semanalmente em escolas, ginásios, e ruas fechadas de qualquer município.". (palavras do César Lost da Highlight Sounds).
Os Grinders não estavam muito preocupados em se promover, fazer shows ou vender discos, eles estavam nessa por pura diversão. Gostavam de fazer barulho, tomar cerveja e andar de skate, por isso recebiam críticas do movimento punk que cobravam mais "atitude" por parte da banda.
A banda voltou anos atrás e já lançaram um disco ao vivo e um split com os Zumbis do Espaço.

parte 21 - D.I.

Depois de tocar bateria no Adolescents, Social Distortion e Detours, Casey Royer resolveu ser vocalista e formou a banda D.I. (Drug Ideology) em 1981. Com irmãos Agnew (Rikk e Alfie) nas guitarras o D.I. era uma deliciosa continuação da agressiva velocidade melódica dos Adolescents com letras ainda mais debochadas e sarcásticas.
Lançaram meia dezena de álbuns maravilhosos entre 84 e 93. Continuam na ativa porém Casey Royer é o único remanescente da formação original.
Estão inseridos no skate rock pois interagem harmoniosamente com toda cena de Orange County, seja andando de skate casualmente ou tocando em festas do esporte. São patrocinados pela Vision e possuem deck pela punk rock skateboards.

parte22 - Monkeywrench

Em 1990 Tim Kerr que já tinha integrado um dos pais do skate rock Big Boys e estava tocando no Poison 13 resolveu formar um super grupo com Mark Arm e Steve Turner ambos do Mudhoney. Os 3 recrutaram o baterista Martin Bland e o guitarrista do Gus Huffer Tom Price e assim nasceu o Monkeywrech. O primeiro álbum "Clean as a broke-dick-dog" saiu pela Sub Pop em 92 e mostrava uma sonoridade bem particular para a época: um grunge recheado de influência blues. O resultado impecável antecedeu toda a onda garageira que floresceu em maior quantidade nos anos 2000. Além de exímio guitarrista Tim Kerr também se destaca como produtor. Moldou a cara da gravadora garageira Estrus produzindo grupos excelentes como Makers, Quadrajets, Mono Men e Sugar Shack. Um dos seus últimos trabalhos foi produzir o que será o próximo álbum dos paulistanos do Thee Butchers Orchestra.
Em 99 o Monkeywrench foi reativado e pela Estrus lançaram em 2000 o segundo álbum "Electric Children" produzido por Jack Endino.

Parte23 - Cold Beans

As maiores paixões de um adolescente paulistano chamado César Lost foi música e skate. Em 1993 atuava como skatista profissional pela Sims e se aventurou como vocalista da banda cOLD bEANS. cOLD bEANS foi a primeira banda daquela turma do punk melódico do começo dos anos 90 a se intitular skate rock, além de César, também contava com outro skatista na guitarra, Fernando Steler.
Também nesta época César produzia o fanzine Cleansheets e trocava figurinhas com bandas de todo Brasil. Seu lado "jornalista" se intensificou quando começou a escrever para as revistas Tribo e 100% Skate Magazine. Antes dele, Kichi (dos Kangaroos In Tilt) e João Gordo escreviam na Tribo, sendo que o rato de porão já resenhava desde os anos 80 na extinta revista YEAH!
César comanda a Highlight Sounds e já passou por inúmeras bandas. Na época que empunhava as 4 cordas do Againe (fase 1995/96) formou uma outra banda (infelizmente obscura) chamada Switchstance Guys formada por César no baixo, o supracitado Fernando Steler na guitarra, Fábio Luiz (irmão do Rappin' Hood) na bateria e Bob Burnquist (!!) nos vocais.
Cesinha também ajudava Cris Mateus e Alê Vianna na produção dos vídeos Silly Society, nos quais recheava a trilha sonora com muito punk/hardcore de qualidade.

parte 24 - Dead Fish.

A primeira banda punk brasileira com alguma relação com o skate foi a Coquetel Molotov fundada em 1981 em volta da pista de Campo Grande, zona oeste do Rio de Janeiro. Coquetel Molotov (com o vert Tatu e o freestyler Lúcio Flávio) foi um dos primeiros grupos punks a surgir além da concretude paulista que já se destacava com nomes como Olho Seco, Cólera e Inocentes; sendo que neste último o vocalista Maurício também andava de skate. Pelos lados de Brasília o streeteiro Podrão formou o Detrito Federal. Em S.P. se destacavam o Grinders, o Lobotomia e o Necrópole (com Pica Pau que depois passou por R.D.P. e Kangaroos in Tilt).
Com o "boom" do street skate no início dos anos 90 o hip hop começou a bombar os ouvidos de muitos skatistas. Nos auto-falantes dos campeonatos se intercalavam o Rap e o punk melódico. A primeira onda do hardcore melódico brasuca tinha estreita ligação com o carrinho. Seja praticando, sendo patrocinado ou simpatizando, vários grupos do início dos anos 90 circularam de uma forma ou de outra pelo skate rock.

FONTE:http://www.zonapunk.com.br/ver_materia.php?id=63

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